Áreas de Intervenção
1.1. Financiamento nas Áreas Rurais (Microcrédito);
1.2. Grupos de Poupança e Crédito Rotativo (GPCR/ASCAs);
1.3. Literacia Financeira;
1.4. Ligação com Instituições Financeiras e Fintech.
2.1. Empreendedorismo Rural;
2.2. Agricultura e Pecuária Sustentável;
2.3. Pesca Sustentável;
2.4. Ligação e Acesso ao Mercado
3.1. Treinamento Técnico Vocacional TVET; 3.2. Empoderamento Económico Feminino;
3.3. Incubadora de Base Rural;
3.4. Aceleradora de Negócios Inclusivos.
4. Emergências
4.1. Resiliência a Mudanças Climáticas; 4.2. Resposta Humanitária; 4.3. Assistência em Dinheiro; 4.4. Reabilitação de infraestruturas e meios de vida.
1. Inclusão Financeira
1.1 Inclusão Financeira
O nosso objetivo é intervir sistematicamente no problema da inclusão financeira no meio rural em contextos onde os bancos comerciais e outras instituições financeiras relutam em prestar os serviços financeiros, dados os diferentes fatores como custos elevados para implementação de agências, via de acesso deficientes, pouca atividade geradora de rendimento e baixa produção, poucos usuários, transações de pequenos montantes a que estão submersas as atividades rurais. A OFEC actua neste pilar através de:
1.1. Financiamento a Áreas Rurais (Microcrédito)
A OFEC opera em comunidades carentes com potencial empreendedor, oferecendo oportunidades de financiamento para diferentes atividades econômicas comerciais de pequeno e médio porte como: comércio, agricultura, pecuária, pesca, entre outras. A OFEC entende as finanças rurais inclusivos como mecanismos rurais de desenvolvimento integrado e elemento crucial na transformação da comunidade.
Compreendendo as limitações dos bancos tradicionais e outras instituições financeiras formais e os limitados recursos do Estado moçambicano, actuamos complementando a acção pública com a iniciativa privada. Dessa forma, promovemos a transformação estrutural que é fundamental para a comunidade, desburocratizando o acesso a financiamentos para atividades de baixa e média renda.
1.2. Literacia Financeira
O baixo nível de alfabetização financeira nas comunidades, por um lado, deve-se ao baixo nível de informação sobre a forma correta de administrar os recursos financeiros. E por outro lado, a baixa socialização financeira desde tenra idade condiciona as formas distorcidas de gestão dos recursos e do capital financeiro dos moçambicanos. Consequentemente, isso resulta em baixo desempenho em suas iniciativas de empreendimento e investimento. Em última análise, condicionam o baixo do PIB per capita.
Como repertório de ajuda, a OFEC promove palestras de literacia financeira nas escolas, comunidades e rádios comunitárias (no idioma local), com o objetivo de mudar a psicologia financeira, aprimorar técnicas de investimento (conhecimento técnico), poupança, gestão de emergência, produtos e serviços financeiros.
1.3. Grupos de Poupança e Crédito Rotativo (GPCR/ASCA)
Devido às fracas iniciativas de gestão financeira (poupança) e à distância para uma instituição financeira (em alguns distritos inexistentes, embora iniciativa presidencial instituída, um distrito um banco) as comunidades precisam de acesso a instituições financeiras, tradicionais ou não, para ajudar a guardar as suas poupanças para a gestão de risco e emergência, construção de moradias, investimentos, entre outros. Desta forma, a OFEC desenvolve uma atividade de gestão financeira conhecida como grupos autogestão. Esta iniciativa é um repertório de gestão, em que as comunidades são aperfeiçoadas para gerir os seus próprios recursos, com base num mecanismo de poupança por elas desenvolvido, assistido pela OFEC.
Estes grupos são geridos totalmente pelas comunidades rurais, os membros integrantes têm a possibilidade de poupar e solicitar empréstimos, cujo são atribuídos de maneira flexível e adicionado uma taxa de juro simbólica em que no final do ciclo, todo o fundo e juros arrecadados é distribuído aos membros de acordo com o valor que cada um economizou e posteriormente o grupo começam o ciclo seguinte.
1.4. Ligação com Instituições Financeiras e Fintech
Em Moçambique existem regiões que nunca tiveram representação bancária e com uma distância entre a 20 km a 100km para uma instituição financeira, e nem com o projeto do governo moçambicano de bancarização rural não foi abrangente e inclusiva visto que beneficiou apenas as populações urbanas, e a população rural é obrigada a guardar dinheiro em lugares inapropriados e inseguros, potencializando as chances de roubo ou até perda quando acontecem fenómenos naturais extremos.
A OFEC desenvolve parceria com instituições financeiras (bancos, microbancos e instituições de microfinanças) para criar acesso a serviços financeiros e incentivar aberturas e movimentação de contas, poupanças, créditos e outros serviços. Igualmente promovemos parcerias com as Fintech e incentivamos o uso de finanças digitais como M-Kesh, E-Mola e M-Pesa para as comunidades com acesso redes telefónicas como alternativas às estruturas financeiras clássicas, permitindo assim que os usuários realizem transações financeiras a partir dos seus telefones celulares e criem reserva para investimentos ou situações de emergência.
1. INCLUSÃO FINANCEIRA
2. MEIOS DE SUBSISTÊNCIA E EMPREGABILIDADE
2. Meios de Subsistência e Acesso ao Mercado
A maior parte da população activa de Moçambique dedica-se a actividades informais. Esta camada, cujo impacto da atividade no PIB é fraco, representa 84% da população. Seus setores de atividade são geralmente: agricultura, comércio, pecuária, pesca e outros. Essa população excluída (pobre financeiramente e multidimensionalmente) concentra-se nas áreas rurais, vivem em situação de extrema vulnerabilidade devido a fatores como falta de emprego, alta taxa de analfabetismo, falta de condições financeiros para investimento de negócio, falta de habilidades vocacionais e de empregabilidade, entre outros. A OFEC intervém neste pilar através de:
2.1. Treinamento Técnico Vocacional TVET;
OFEC Trabalha de forma estreita com as autoridades governamentais locais e organizações locais para identificar possíveis beneficiários vulneráveis, estes são integrados no programa de formação profissional, para o desenvolvimento de práticas de empregabilidade com vista ao aperfeiçoamento das suas competências para prevenir a exclusão e garantir a igualdade de acesso das pessoas ao mercado de trabalho, sejam elas: carpintaria, alfaiataria, artesanato, agricultura, pecuária, pesca, gestão de negócios e planos de negócios. O objetivo deste programa é iniciar e aperfeiçoar os pequenos negócios de subsistência como estratégia para criar mais e melhores empregos.
2.2. Agricultura Sustentável
A agricultura é um sector muito importante para o desenvolvimento comunitário, e possui papel preponderante, visto que as famílias rurais têm o bom hábito de produzir alimentos e criar animais, como meio de subsistência e para fins de segurança alimentar, porém, em pequenas escalas quase que insignificativo. No entanto, a agropecuária pode fazer uma enorme diferença na renda dos agricultores, ao mesmo tempo em que fortalece a segurança alimentar e nutricional das famílias e aumenta a resiliência, para além disso, contribui na geração de oportunidade de empregos e aumenta o índice de comercialização. A OFEC apoia os pequenos agricultores e criadores de animais a transitar de agricultura de subsistência para agricultura sustentável e a explorar ao máximo a sua produtividade e a sustentabilidade e ajudando a orientar os agricultores e criadores de animais aos mercados lucrativos, através de treinamento, fornecimentos de insumos agrícolas (por meio de agrodealer), modernização da agricultura, adaptação de técnicas de agricultura inteligente ao clima entre outras técnicas modernas e acompanhamento até ao fim do ciclo de produção/criação, de modo que os agricultores/criadores se tornem independentes e com habilidade de gestão.
2.3. Pesca
A atividade de pesca, desempenha um papel muito importante na comunidade, a medida em que garante a segurança alimentar da família e garante o aumento da renda familiar, entretanto há baixa renda nas comunidades pesqueiras devido à tendência de redução da produção na pesca extrativa e perdas pós-captura por falta de condições adequadas de conservação do pescado, isto faz com que a comunidade fique cada vez mais pobre. A OFEC Apoia a comunidade pesqueira a manter os meios de subsistência durante o período de pesca sem restrição, através de aquisição de insumos de pesca, aquacultura, processamento de pescado, comercialização do pescado, aquisição, manutenção de motores de barco, aquisição de meios de conservação (frigóricos) e painéis solares entre outros e criamos soluções alternativas de atividades no período de veda pesqueira no sentido de criação de negócios alternativos para diversificar os meios de subsistência dos pescadores e reduzir a pressão sobre o mar/rio/lago, gerando novos empregos e melhorando a qualidade de vida na comunidade.
2.4. Ligação e Acesso a Mercado
Os agricultores/pescadores desperdiçam os seus produtos pós-colheita /pesca devido a falta de compradores e enfrentam sérias dificuldades de aquisição de insumos e equipamentos agrícolas e pesqueiros para incrementar a produção, devido as condições financeiras, impedindo assim que eles alcancem o alto potencial de rentabilidade.
A OFEC liga os pequenos produtores/pescadores ao mercado lucrativo permanente como cadeias de supermercados, mercados grossistas e mercados agregadores tanto para hortícolas bem como para culturas de primeira época, para garantir a sustentabilidade da produção. E liga a comunidade com o mercado de insumos, equipamentos agrícolas e pesqueiros através da intermediação para o acesso junto do fornecedor de insumos e equipamentos agrícolas pesqueiros como sementes melhoradas, pequenos sistemas de rega com uso de energia solar, pequenos sistemas para a medição de fertilidade de solos, gestão por parte dos produtores de tecnologias que tenham em conta o solo, água e temperatura/insolação.
3. Desenvolvimento Empresarial
É nas zonas rurais onde está concentrado a maior parte da população e é onde há menos oportunidades para o desenvolvimento económico, e a OFEC está empenhada em impulsionar as micros e pequenas empresas do segmento mais pobre da população, os marginalizados e estigmatizados pela sociedade (mulheres, jovens, pessoas vivendo com HIV, deficientes etc) sem oportunidades através de:
3.1. Empoderamento Económico Feminino
Capacitar as mulheres para que alcancem todo o seu potencial é uma das armas mais poderosas de combater a pobreza, elas têm acesso limitado aos recursos produtivos da terra, finanças e informações que precisam para cultivar as machambas e negócios. Para a OFEC empoderar as mulheres economicamente é empoderar uma comunidade, uma localidade, um distrito, uma província, um país e o mundo, porque as mulheres investem mais em sua renda familiar, alimentação, saúde, educação e outros. A OFEC capacitada mulheres de modo a atingirem a independência financeira e criar soluções e geração de renda através de formação, atribuição de kit de autoemprego, financiamento e acompanhamento. A iniciativa não ajuda apenas na criação de empregos para as mulheres na comunidade, mas também em promover a mudança em direção ao desenvolvimento inclusivo e valorização de trabalho, tendo as mulheres como líderes, beneficiárias e parcerias no desenvolvimento econômico da comunidade.
3.2. Empreendedorismo Rural
A OFEC através de palestra, formações e workshops, treina a comunidade a idealizar e identificar quais oportunidades de negócios estão disponíveis e têm mercado nas comunidades locais, desenhar e realizar projetos, transformando ideias em produtos e serviços, construir negócios inclusivos e competitivos que gerem oportunidades dignas de emprego, posteriormente dotamos de conhecimentos e habilidades de gerenciar o negócio com o devido acompanhamento até a maturidade. Após o treinamento de negócios os beneficiários recebem apoio da OFEC para o tratamento de documentação legal para exercer atividade econômica junto das entidades do estado moçambicano.
3.3. Incubadora de Base Rural
As comunidades rurais moçambicanas albergam a maior parte da população do país, porém, não têm oportunidades económicas comparado com as comunidades urbanas, no entanto, as pessoas residentes na comunidade rural têm muitas ideias e vontade de fazer negocio, de participar numa atividade que gera rendimento e contribuir para o crescimento do pais, acreditamos que todos merecem a oportunidade de construir uma empresa de sucesso, independentemente de sua localização geográfica, género, raça, etnia e estado de saúde.
A OFEC possui uma estrutura física de fomento do empreendedorismo qualificado e criativo para criar negócios inclusivos, apoiando pessoas com potencialidade de desenvolver empreendedorismo, disponibilizando para o efeito, um conjunto de serviços, assistência técnico, conhecimento sobre gestão de negócio, e capital necessário para lançar e dimensionar rapidamente seus empreendimentos. A incubadora da OFEC concentra um conjunto de infraestruturas e serviços integrados e uma estrutura de recursos humanos dedicada ao apoio de promotores de ideias e planos de negócio, acompanhando-os desde a definição da ideia até o lançamento, para gerar autoemprego e criação de emprego para a comunidade rural.
3.4. Aceleração de Negócios Inclusivos
As pequenas empresas rurais são diversificadas, mas a maioria delas enfrentam os mesmos problemas para crescer e prosperar, que são a falta de conhecimento sobre gestão de negócio e falta capital para incrementar o negócio, por vezes conseguem o capital através empréstimos com altas taxas de juros e credores predatórios que custam mais do que podem pagar.
A OFEC apoia proprietários de pequenas empresas (cujo o negócio atende às necessidades da população de baixa renda) com acesso limitado a capital, a acessar conhecimento sobre gestão de negocio, cadeia de fornecedores, e com recursos necessários para torná-lo mais robusto e melhor, por meio de empréstimos e suporte técnico para os pequenos negócios existentes.
3. DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL
4. EMERGÊNCIAS
Devido a conjuntura atual em que o país se encontra, milhares de moçambicanos são obrigados a abandonar suas casas, muitas vezes com apenas roupa do corpo devido a conflitos armandos com enfase na zona norte e por desastres naturais (ciclones e inundação) em quase todo o território nacional. A OFEC actua neste pilar para salvar vidas através de:
4.1. Resiliência à Mudanças Climáticas
Devido a falta de preparação e conhecimento relacionadas aos riscos climáticos que marcam o país, muitas pessoas sem acesso a rádio, televisão, redes sociais são pegos de surpresa, morrem ou contraem ferimentos graves devido a desastres naturais. Quando as autoridades competentes preveem a ocorrência de algum tipo de fenómeno natural, a OFEC conduz ações preventivas como difundir informações de prevenção e mitigação a população alvo tais como: retirar a população nas zonas de risco, reforçar as estruturas das moradias (sacos no teto, tabua na janela, etc), criar ou reforçar comités de gestão de risco, fortalecer as estruturas locais de adaptação a mudanças climáticas, comités de WASH e elaborar planos locais de adaptação a mudanças climáticas para prevenção e mitigação com vista a reduzir o risco de desastre e a reforçar a capacidade de resposta das comunidades locais. Essas ações, além de garantir a integridade humana, têm como base a minimização de riscos e a proteção dos meios de subsistências das comunidades.
4.2. Resposta Humanitária
Moçambique encontra-se numa situação altamente vulnerável devido aos impactos gerados pelos desastres naturais cíclicos (mudanças climáticas) e desastres provocados pelo homem (conflitos armados), deixando as populações em situação de extrema vulnerabilidade e pobreza. Como consequência, esses desastres têm impacto direto na vida das famílias visto que criam deslocamento forçado das populações, gerando agravamento da insegurança alimentar e aprofundamento da pobreza devido a perda dos meios de subsistências. Esse efeito está proporcionalmente ligado à queda na produção agrícola, destruição da infraestrutura e o acesso precário à água potável.
A OFEC mobiliza recursos próprios e estabelece parcerias com organizações nacionais, internacionais e governo, como forma de juntos envidar esforços para a solução imediata quando surge esses desastres, empoderando os deslocados, apoiando a crise humanitária, reassentando as famílias vítimas, e assistindo as vítimas fornecendo água potável, alimentação, produtos de higiene, cuidados de saúde entre outros.
4.3. Assistência em Dinheiro
Devido a catástrofes naturais e conflitos as pessoas são forçadas a deixar suas casas, elas saem apenas com o essencial. No processo, também perdem os seus meios de subsistência e ficam sem capacidade de satisfazer as suas necessidades básicas.
A intervenção da OFEC é baseada na inserção econômica por meio de dinheiro que procuram proteger e assistir os mais vulneráveis de forma digna, no contexto de assistência humanitária, através de transferências monetárias ou vales dados a pessoas, grupos familiares ou comunidade anfitriã, cujo o apoio não está relacionado a microcrédito com vista a reduzir os riscos que enfrentam e manter sua capacidade de suprir as suas necessidades, dando aos mais vulneráveis a capacidade de priorizar imediatamente e escolher a uma variedade de necessidades (acesso a alimentos, água, cuidados médicos, abrigo etc) visto que eles vivem em ambientes onde eles têm acesso a mercados e serviços da mesma maneira que as comunidades anfitriãs. Desta forma os mais necessitados são menos propensos a recorrer a estratégias prejudiciais de sobrevivência, como venda de sexo, trabalho infantil, separação familiar e casamento forçado. Elas também beneficiam diretamente a economia local e podem contribuir para a coexistência pacífica com as comunidades de acolhimento.
4.4. Provisão e Reabilitação de Infraestruturas
Moçambique é altamente vulnerável aos impactos das mudanças climáticas e eventos climáticos extremos, como inundações e ciclones. Como consequência, esses desastres naturais provocaram destruição de infraestruturas públicas e privadas, e meios de subsistências da população (machambas, barracas, mercadorias, animais, embarcações e outras).
A OFEC intervém apoiando as vítimas das catástrofes a recuperar os seus meios de subsistências e a contruir ou reconstruir as infraestruturas básicas de WASH, postos de saúde, escolas entre outros.